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Alegre,25/04/2025

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Papa Francisco: a trajetória do primeiro pontífice latino-americano que marcou a Igreja com simplicidade, coragem e fé

De Buenos Aires ao Vaticano: a vida de Jorge Mario Bergoglio, o Papa dos pobres.


Papa Francisco: a trajetória do primeiro pontífice latino-americano que marcou a Igreja com simplicidade, coragem e fé

Morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, o Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, em Buenos Aires, Argentina. Sua morte, confirmada pelo Vaticano às 2h35 (horário de Brasília), encerra uma das trajetórias mais marcantes da história recente da Igreja Católica. Francisco foi o primeiro papa latino-americano, o primeiro jesuíta e o primeiro a escolher o nome do santo de Assis — símbolo de humildade e paz.

Filho de imigrantes italianos, Bergoglio nasceu em 17 de dezembro de 1936, em uma família modesta do bairro de Flores, na capital argentina. Antes de entrar para o seminário, estudou química e trabalhou em um laboratório. Aos 21 anos, ingressou na Companhia de Jesus, ordem conhecida por sua atuação intelectual e social. Foi ordenado sacerdote em 1969 e, anos depois, nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires, tornando-se arcebispo em 1998 e cardeal em 2001, nomeado por João Paulo II.

Sua atuação pastoral sempre foi marcada pela defesa dos pobres e pela vida simples. Em Buenos Aires, usava transporte público, visitava favelas e mantinha diálogo constante com pessoas marginalizadas. Sua opção pelos mais necessitados não era discurso, mas prática cotidiana.

Em 13 de março de 2013, após a renúncia do Papa Bento XVI, Bergoglio foi eleito para sucedê-lo, tornando-se o 266º pontífice da história da Igreja. Ao escolher o nome “Francisco”, evocou a figura de São Francisco de Assis, o santo dos pobres e do cuidado com a natureza — dois pilares de seu pontificado.

Durante os quase 12 anos à frente da Igreja Católica, Papa Francisco se destacou por uma liderança pastoral, próxima e aberta ao diálogo. Foi firme na denúncia das injustiças sociais, das guerras e da destruição ambiental. Publicou documentos históricos, como a encíclica Laudato Si' (2015), sobre ecologia, e Fratelli Tutti (2020), sobre fraternidade e amizade social.

Enfrentou resistências dentro da própria Igreja por sua postura reformista e acolhedora. Procurou dar mais espaço às mulheres em cargos eclesiais, defendeu maior escuta aos leigos e buscou uma Igreja “em saída”, voltada ao mundo real e às suas dores. Também não se furtou a pedir perdão por erros históricos da instituição.

Apesar da idade avançada e das limitações físicas, seguiu trabalhando até seus últimos dias. Nos últimos anos, passou por cirurgias no cólon e no pulmão, além de sofrer com problemas no joelho e na mobilidade, o que não o impediu de manter agendas, discursos e viagens internacionais.

O Papa Francisco será lembrado por ter aproximado a Igreja das periferias, por sua fala firme em favor dos excluídos, e por buscar a paz entre os povos. Seu legado permanece vivo na espiritualidade simples e profunda que cultivou e nas pontes que construiu com o mundo moderno, sem renunciar à essência do Evangelho.

Seu funeral será realizado no Vaticano, com milhares de fiéis e líderes mundiais esperados para prestar as últimas homenagens. Enquanto o Conclave se organiza para escolher seu sucessor, o mundo se despede de um papa que, com ternura e coragem, devolveu ao papado um rosto profundamente humano.




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