Morre Mario Vargas Llosa, Nobel de Literatura e ícone das letras latino-americanas
Escritor peruano faleceu aos 88 anos em Lima; legado inclui obras marcantes e defesa do liberalismo político.

Faleceu neste domingo (13), em Lima, o escritor peruano Mario Vargas Llosa, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2010. A notícia foi confirmada por seu filho, Álvaro Vargas Llosa, nas redes sociais. “É com profundo pesar que anunciamos o falecimento de nosso pai, cercado pacificamente por sua família”, publicou.
Considerado um dos maiores nomes da literatura latino-americana, Vargas Llosa foi protagonista do chamado "boom" da literatura hispano-americana nos anos 1960, ao lado de escritores como Gabriel García Márquez, Julio Cortázar e Carlos Fuentes. Suas obras exploraram com maestria a complexidade social e política do Peru. Entre os títulos mais emblemáticos estão "A Cidade e os Cachorros" (1963) e "A Festa do Bode", que o consagraram internacionalmente.
Além de sua produção literária, Llosa se destacou por suas posições políticas liberais, frequentemente em contraponto aos intelectuais de esquerda da América Latina, o que gerava debates acalorados. Ele próprio refletiu sobre a condição da região ao afirmar: “Nós, latino-americanos, somos sonhadores... por isso temos grandes artistas, mas também governantes medíocres.”
Mario Vargas Llosa nasceu em Arequipa, Peru, em 1936, e passou parte da infância na Bolívia antes de retornar ao país natal. Sua carreira teve início com "Os Chefes" (1959) e se consolidou com clássicos como "A Casa Verde" (1966) e "Conversa na Catedral" (1969). Com uma obra marcada pela crítica social e o refinamento estético, firmou-se como um dos grandes escritores do século XX.
A morte de Vargas Llosa representa uma perda irreparável para a literatura mundial. Seu legado segue vivo nas páginas de seus livros e na inspiração que deixou para leitores e escritores de todo o mundo.
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