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Alegre,27/04/2025

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Ufes homenageia Conceição Evaristo com título de Doutora Honoris Causa

Escritora mineira será reconhecida por sua contribuição à literatura e à luta antirracista.

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Ufes homenageia Conceição Evaristo com título de Doutora Honoris Causa Ufes

A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) irá conceder o título honorífico de Doutora Honoris Causa à escritora e linguista Conceição Evaristo, uma das maiores vozes da literatura contemporânea brasileira. A cerimônia acontecerá no dia 15 de abril, a partir das 18 horas, em sessão solene do Conselho Universitário, no Teatro Universitário da Ufes.

A outorga do título foi proposta por professores da instituição, militantes negros capixabas e o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab), como forma de reconhecer a profunda contribuição da autora à sociedade, sobretudo no campo da luta antirracista. “Conceição Evaristo representa todas nós”, destaca a professora Patrícia Rufino, pesquisadora do Neab e assessora de Relações Políticas com a Comunidade Acadêmica da Ufes.

Segundo Rufino, a escritora é símbolo de resistência e inspiração. “Ela inaugurou um processo formativo-identitário a partir de suas próprias vivências – as ‘escrevivências’ – e sua poesia pode representar nossas vozes negras e um sentimento de grande parcela das mulheres negras que sobreviveram às adversidades.”


Literatura e resistência

Natural de Belo Horizonte (MG), Conceição Evaristo é reconhecida por sua produção literária versátil, que transita entre ficção, poesia e ensaio. Seus textos destacam contextos sociais marcados pelas relações de gênero e raça, sempre a partir de uma perspectiva pessoal e sensível. Dentre suas obras mais conhecidas estão Ponciá Vicêncio, Insubmissas Lágrimas de Mulheres e Olhos D’água, este último vencedor do Prêmio Jabuti em 2015.

Para a professora Patrícia Rufino, Conceição é um ícone cultural do Brasil por sua capacidade de transitar entre o universo acadêmico e o literário, sem perder de vista o olhar atento sobre o cotidiano da população negra. “Ela traz a memória, a narrativa e a identidade para os seus poemas. Uma senhora que viveu tantas gerações e conheceu tanto a desigualdade do nosso país.”

Embora não tenha vínculo formal com a Ufes, a escritora é objeto de estudos na instituição. Grupos de pesquisa dedicam-se à análise de sua obra e ao conceito de “escrevivência”, termo cunhado pela autora para descrever a união entre a escrita e as experiências de vida.

Para Rufino, a homenagem reforça a importância da inclusão de mulheres negras e periféricas no espaço universitário. “Essa homenagem é uma inspiração para tantas mulheres com a mesma trajetória. Isso nos faz pensar o quanto a universidade é um espaço de luta e resistência, mas também de fortalecimento da identidade e de ressignificação de vidas. E que essas vidas precisam ser valorizadas.”




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